"Educar é coisa do coração"

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"Educar é coisa do coração" São Bosco

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O que não é Catequese - Parte 1.

Começa aqui a primeira parte sobre o que a Catequese NÃO é:

1) Por que não podemos basear uma aula apenas usando as Sagradas Escrituras?
R: A Fé Católica não é baseada apenas nas Sagradas Escrituras, ela possui três pilares: Tradição, as Sagradas Escrituras e o Magistério.

Sobre a Tradição

"E assim, a pregação apostólica, que se exprime de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se, por uma sucessão contínua, até à consumação dos tempos. Por isso, os Apóstolos, transmitindo o que eles mesmos receberam, advertem os fiéis a que observem as tradições que tinham aprendido quer por palavras quer por escrito (cfr. 2 Tess. 2,15), e a que lutem pela fé recebida de uma vez para sempre (cfr. Jud. 3). Ora, o que foi transmitido pelos Apóstolos abrange tudo quanto contribui para a vida santa do Povo de Deus e para o aumento da sua fé; e assim a Igreja, na sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo aquilo que ela é e tudo quanto acredita" 1

Sobre as Sagradas Escrituras:

"A sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, para que eles, com a luz do Espírito de verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação; donde resulta assim que a Igreja não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência."2

Sobre o Magistério:

"A sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só depósito sagrado da palavra de Deus, confiado à Igreja; aderindo a este, todo o Povo santo persevera unido aos seus pastores na doutrina dos Apóstolos e na comunhão, na fração do pão e na oração (cfr. At. 2,42 gr.), de tal modo que, na conservação, atuação e profissão da fé transmitida, haja uma especial concordância dos pastores e dos fiéis. Porém, o encargo de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou contida na Tradição, foi confiado só ao magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é exercida em nome de Jesus Cristo. Este magistério não está acima da palavra de Deus, mas sim ao seu serviço, ensinando apenas o que foi transmitido, enquanto, por mandato divino e com a assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a guarda religiosamente e a expõe fielmente, haurindo deste depósito único da fé tudo quanto propõe à fé como divinamente revelado. É claro, portanto, que a sagrada Tradição, a sagrada Escritura e o magistério da Igreja, segundo o sapientíssimo desígnio de Deus, de tal maneira se unem e se associam que um sem os outros não se mantém, e todos juntos, cada um a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas."3

2) Por que Catequese não é apenas um "encontro de partilha"?
R: Catequese vem do latim “catechesis”, por sua vez derivada da palavra grega “κατήχησις” que significa "instruir a viva voz". Ora, instruir é ensinar, quando se partilha podemos encontrar diversas opiniões pessoais e no fim... a ausência da verdade. Para ensinar é necessário alguém instruído como o ministro ao qual irá instruir os ensinamentos da Igreja, então temos presente o magistério, mas para este ultimo ser autêntico e válido, é preciso conter as quatro premissas: "Submissão do intelecto do discípulo, o inteligido é um aspecto do ser demonstrado pelo mestre, a credibilidade do mestre e o grau da certeza alcançada pelas demonstrações do mestre."4. Logo, catequese não é uma partilha e sim uma instrução da doutrina católica para o fim ultimo de conhecimento da fé católica, atualizar a profissão de fé de sempre, manter viva a tradição da Igreja, seu magistério e fidelidade a revelação das Sagradas Escrituras e assim alcançar a graça de participar dos Santos Sacramentos.




(Texto: Vitor Ferreira. Revisão: Thiago Palácio)

NOTAS:

1 Constituição Dei Verbum, Cap. II. p.8
2 Constituição Dei Verbum, Cap. II, p. 9
3 Constituição Dei Verbum, Cap II. p. 10
4 Prof. Sidney Silveira, breve comentário sobre Magistério segundo Santo Tomás de Aquino

Constituição Dei Verbum :http://goo.gl/H6VWI

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