Dentre os pronomes encontramos: Eu, tu ,ele(a), nós, vós, eles(as), entretanto em nossa realidade deparamos os péssimos frutos do modernismo e o homem moderno tende ao egoísmo, o "eu". Mas antes, o que é o homem moderno?
O homem moderno é aquele que está nas tendências, nas modas, nos costumes temporais. Aquele homem que tem a necessidade de ser e ter. Vale lembrar que o homem é dotado de inteligência e vontades. A vontade que vai de encontro com a inteligência e assim controla os sentidos. Deste modo, podemos entender que o egoísmo faz parte do espírito humano, ou espírito de natureza que é a inclinação para julgar, querer e agir de modo demasiado humano, segundo a natureza decaída que tende para sua vantagem pessoal, para sua própria utilidade. Assim temos o espírito do egoísmo e do individualismo.1
Então, onde podemos encontrar os sinais do egoísmo?
1) Na Soberba;
A soberba está ligada intimamente ao orgulho. Uma pessoa orgulhosa certamente é egoísta, ela pensa no seu "eu", em suas qualidades, dons, características e habilidades. Faz questão que saibam que possui tais talentos, que saibam que é bom naquilo, quer ser o centro. Certamente, essas pessoas acham que seus problemas são maiores que os demais, que suas dores são maiores ou que elas justificam qualquer ato errado que elas façam. Ainda que saibam ou tenham uma luz sobre a verdade, elas sempre irão querer colocar um "mas" sobre qualquer argumento sem analisá-lo ainda que certo ou errado. O egoísta soberbo gosta das coisas no seu tempo e da sua maneira.
2) Na Avareza;
O egoísta avarento pensa em si ao ponto de ter vários itens do mesmo gênero, por exemplo, os sapatos, ao ver uma novidade na área quer adquiri-lo, ainda que não tenha tal condição para compra-lo. Se o amigo tem, ele quer, se alguém gostou ou falou bem, ele não pensa duas vezes e já quer comprar. Este egoísta muitas vezes faz questão de ter ao ponto de negligenciar teu salário e entrar em dívidas surreais. Possui tão apego aos materiais que é um martírio abrir mão para uma doação. Ainda no exemplo dos sapatos, seria para ele mais fácil comprar mais um par que doar um par.
3) Na Luxúria;
Uma pessoa que só pensa em si, busca acima de tudo satisfazer seus prazeres e paixões. As paixões são comoções ou movimentos violentos da alma que, se não moderados pela razão, arrastam ao vício e, muitas vezes, inclusive ao crime 2. Então o que é um vício? O vício é o hábito de fazer o mal, adquirido repetindo atos maus. 3. Quando um jovem está sofrendo as mudanças do seu corpo, corre o grande risco de cair no vício da masturbação. Ele pensando em seu prazer, em si satisfazer busca o prazer de forma desenfreada ao ponto de não achar necessária a companhia de alguém, quando encontra vive um grande problema: Ela ainda irá querer sua satisfação submetendo seu parceiro a atos em função de suas fantasias. Quando o egoísta da luxúria não consegue atingir suas vontades entra numa crise de ira ou comete a traição. Essa ideia de posse, poder sobre a pessoa, pode levar a morte por ciumes. Imaginando um casal: o casal que possui a luxúria como centro são egoístas, eles terão relações ao ponto de não querer compromissos com filhos, prazer sem responsabilidades. O egoísmo na luxúria tende a matar o amor, isso porque a pornografia mata o amor.
4) Na Ira
O egoísta irado é aquele movido por um desapontamento mínimo que seja que desagradou suas vontades e seu ego se transforma em um monstro. Como citado acima, a morte gerada pelo ciume é uma ira do egoísmo. Qualquer ato que vá contra a vontade do egoísta, do tempo dele e maneira dele é como acender um pavio curto de uma bomba. Perde a paciência e tende a discutir sempre por pequenas coisas irrelevantes.
5) Na Gula
O guloso é o egoísta que vai dividir a pizza já visando o maior pedaço para si. Ele vai pegar o ultimo biscoito do pacote, a ultima fatia do tabuleiro. Aquele que já satisfeito, ao ver algo que sabe que é de teu sabor, do teu agrado da a famosa "beliscada". Isso pode gerar o excesso e assim comprometer sua saúde, seja por comida ou bebidas. A gula pode ser tão forte que ainda com a saúde prejudicada, ele negligencia e continua a comer ou a beber.
6) Na Inveja
O egoísta invejoso é aquele que pensa tanto em si que vive numa comparação no qual ao ver alguma virtude em alguém ou um bem sente o prazer em ter para si, de ser igual ou se sentir superior e se indagar: "porque ele(a) tem e eu não?". O invejoso é capaz de querer se assemelhar tanto ao outro ao ponto de perder sua própria identidade. Pela desobediência a Deus e inveja ao homem, satanás foi lançado para fora do paraíso.
7) Na Preguiça
O preguiçoso é aquele que pensa tanto em si que se torna tão egoísta que cria uma cultura de "empurrar tudo com a barriga" deixar tudo para depois. Aqueles cinco minutos amais na cama que compromete no trabalho, aquele que vê a data da sua prova distante e acha que menos um dia de estudo não o comprometerá. O preguiçoso tem preguiça inclusive para rezar e buscar meios de direções espirituais, discutir temas importantes e ou ter pré disposição para aprender. É aquele que faz faz o sinal da cruz antes de dormir, diz: "Senhor, tu sabes de tudo", encerra a "oração", vira pro canto e dorme.
Então, apresentado o egoísta nos pecados capitais, como vencer? A Igreja nos mostra como soluções para vencer a inclinação para o pecado, as virtudes, mas o que e quais são elas?
"O que é a virtude moral?
A virtude moral é o hábito de fazer o bem, adquirido repetindo atos bons.4"
Ética vem do grego - Ethos que significa caráter, que também tem um outro significado nesta mesma origem que é - Nta que significa costumes. O objetivo da ética é a formação do caráter pelas virtudes, logo, a ética é a ciência do caráter. 5
Por isso que muitos ainda sem entender a essência do que é uma virtude consegue perceber em alguém e dizer: "olha, aquele cara possui um bom caráter", mas como ela sabe o que é um bom caráter ou não? A Igreja sabiamente nos aponta sete virtudes que nos mostram os pontos de orientação, como os pontos cardeais que dão rumos, logo são chamadas de virtudes cardeais, são elas: prudência, justiça, fortaleza e temperança. Vejamos então o que são essas virtudes:
"A prudência é a virtude que dirige os atos ao devido fim, e faz discernir e usar os meios bons.6"
"A justiça é a virtude que faz dar a cada um o que lhe é devido.7"
"A fortaleza é a virtude que faz afrontar sem temeridade e sem timidez qualquer dificuldade ou perigo, e inclusive a morte, pelo serviço de Deus e pelo bem do próximo.8"
"A temperança é a virtude que refreia as paixões e os desejos, especialmente os sensuais, e modera o uso dos bens sensíveis.9"
Essas são as virtudes cardeais as quais sem elas não poderão desenvolver as três virtudes teologais, teologais porque necessitamos da ajuda divina para obtê-las. São elas: Fé, esperança e caridade. Mas primeiro vejamos o que são as virtudes teologais:
A virtude é a constante disposição da alma para fazer o bem.10"
Para alcançarmos as virtudes teologais é necessário a prática das virtudes cardeais. Dificilmente alguém poderá falar de Fé e Caridade sem prudência e temperança.
Sendo assim,
"A fé é a virtude sobrenatural pela qual cremos, sob a autoridade de Deus, o que Ele revelou e nos propõe a crer por meio da Igreja.11"
"A esperança é a virtude sobrenatural pela qual confiamos em Deus e dEle esperamos a vida eterna e as graças necessárias para merece-la aqui embaixo com as boas obras.12"
"A caridade é a virtude sobrenatural pela qual amamos Deus por Si mesmo sobre todas as coisas, e o próximo como a nós mesmos por amor a Deus.13"
Assim, com o desenvolvimento das virtudes podemos entender a seguinte passagem: "Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim. Minha atual na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim." Gl II, 20
(Texto, revisão e formatação: Lumine Fidei)
Notas:
1- Garrigou-Lagrange, Discernimento dos Espíritos.
2- Catecismo da Doutrina Cristã, São Pio X, cap. III, n. 259
3- Catecismo da Doutrina Cristão, São Pio X, cap. III, n. 260
4- Catecismo da Doutrina Cristão, São Pio X, cap. III, n. 252
4- Catecismo da Doutrina Cristão, São Pio X, cap. III, n. 252
5- Contra Impugnantes, Psicologia de la templanza.
6- Catecismo da Doutrina Cristão, São Pio X, cap. III, n. 255
7- Catecismo da Doutrina Cristão, São Pio X, cap. III, n. 256
8- Catecismo da Doutrina Cristão, São Pio X, cap. III, n. 257
9- Catecismo da Doutrina Cristão, São Pio X, cap. III, n. 258
10- Catecismo da Doutrina Cristão, São Pio X, cap. III, n. 227
10- Catecismo da Doutrina Cristão, São Pio X, cap. III, n. 227
11- Catecismo da Doutrina Cristão, São Pio X, cap. III, n. 232
12- Catecismo da Doutrina Cristão, São Pio X, cap. III, n. 238
13- Catecismo da Doutrina Cristão, São Pio X, cap. III, n. 240
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Bibliografia:
1) Garrigou-Lagrange, Discernimento dos Espíritos
2) Catecismo da Doutrina Cristã, São Pio X
3) Contra Impugnantes, Psicologia de la templanza: http://contraimpugnantes.com/
2) Catecismo da Doutrina Cristã, São Pio X
3) Contra Impugnantes, Psicologia de la templanza: http://contraimpugnantes.com/